Aramê

Por não disporem do Turigano, os Templos do Amanhecer realizam o Aramê dentro do Templo, após encerrado o atendimento aos pacientes.

O Presidente solicita que os recepcionistas providenciem a formação dos médiuns: de pé, uma fileira de mestres e ninfas Lua, tendo atrás, também de pé, uma fileira de correspondentes mestres e ninfas Sol. Nos bancos, próximo ao Radar, ficam mestres e ninfas que vão emitir. A representante da Condessa Natharry e seu mestre ficam aguardando em um dos Castelos do Templo. Os médiuns que sobrarem das fileiras poderão, também, se acomodar nos bancos.

Todos em seus lugares, o Presidente faz breve harmonização e convida a corte para trazer a Condessa. Todos de pé, recebem a Condessa com uma salva de palmas. A Condessa fica posicionada em lugar previamente determinado pelo Presidente, próximo ao Radar. É feito o convite para emissão e canto, consecutivamente: dois mestres Trino Juremá, Trino Iramar ou Rama 2.000; a ninfa Sol Yuricy; o mestre Aganaro; as Ciganas Aganara e Tagana; e o Ajanã que irá incorporar Pai João de Enoque. As ninfas emitem ajoelhadas em uma almofada.

Terminada esta fase, o Presidente convida o mestre designado como Promotor e alerta os prisioneiros para a importância dos próximos momentos. O Promotor, usando uma faixa vermelha envolvendo sua cintura, se dirige à representante da Condessa, ao Presidente e à Divina Corte, e faz sua emissão e o canto da Promotoria. Em seguida, dentro de uma linha doutrinária, relata os crimes que poderiam ter ocorrido em eras passadas e que determinaram aquela situação dos prisioneiros, de forma breve e concisa, que não deverá ultrapassar quinze minutos. Concluindo, o Promotor pede que seja feita a Justiça e pede permissão para se retirar.

O Presidente convoca o Advogado da Defesa, que terá uma faixa branca em sua cintura, e que terá quinze minutos para, doutrinariamente, pedir o perdão pelos atos praticados pelos prisioneiros.

Em continuação, o Presidente invoca a presença dos Pretos Velhos (quando só os Ajanãs incorporam) enquanto os demais médiuns emitem o Hino de Pai João.

Se houver um representante do 1º Cavaleiro da Lança Vermelha, este é convidado a emitir seu canto logo após a desincorporação dos Pretos Velhos.

Seguindo o ritual, o Presidente pede que todos os Aparás fiquem de pé e convida a presença dos Caboclos e dos Cavaleiros de Oxosse, enquanto os Doutrinadores emitem o mantra Tapir.

Agradecida a presença destas entidades, o Presidente faz sua emissão e seu canto e dá início ao trabalho de Contagem.

Ao final, os prisioneiros vão saindo, com mestres entregando suas atacas e as ninfas retirando seus exês e Sudaros, anodizando-se com sal e perfume servidos por uma Samaritana.
 
in Obstunaran